
Em primeiro lugar, é necessário destacar que, nosso grupo, o Stor Ljon Kindred, localiza-se numa região tropical do Hemisfério Sul, nossos blots ocorrem numa cidade chamada Colatina, na qual não há quatro estações climáticas bem definidas como nas zonas temperadas do Hemisfério Norte. Na prática, nossas estações são basicamente duas, uma quente, englobando Verão e Primavera e outra “fria”, abarcando Outono e Inverno. É dessa forma, que nossa relação entre clima e religião pode ser percebida e contemplada pelos membros do de nossa fé pagã.
Somos pagãos vivendo numa região de clima tropical, numa área cuja vegetação original , a mata atlântica, foi extensamente devastada por anos de exploração madeireira e expansão desenfreada de pastos e áreas de cultivo, principalmente da monocultura cafeeira e plantio de eucaliptos, por isso, vivemos temperaturas cada vez mais altas no verão e um calor um pouco menos severo na primavera. Assim, o verão para nós representa uma época difícil, o calor e por diversas vezes o ar muito seco nos afetam de forma negativa, causando mal estar e até mesmo moléstias. Enfrentar a exposição ao sol torna-se um tormento para todos, durante o verão, portanto, a Sol representa para nós do Stór Ljon Kindred também uma força caótica e perigosa, como um Jotnar destrutivo, apesar de a estação quente também ter um aspecto de fertilidade óbvio, já que toda a produção agrícola depende da luz solar. Entretanto, há ainda, o problema das secas, um outro aspecto destrutivo da natureza, que podemos associar simbolicamente aos Jotnar, pois nos períodos de seca aumentos os incêndios, até mesmo os de causa natural, que podem ser associados aos Gigantes do Fogo.
O Inverno por outro lado, nos traz um alívio para o forte calor da estação quente, é um tempo em que temos mais disposição para realizarmos nossos afazeres, sejam eles internos ou externos, também dormimos melhor no inverno, que não chega a ser uma grande intempérie em nossas vidas. Para nós, o inverno é menos introspectivo, podemos sair de nossas casas mais confortavelmente, é exatamente o oposto do que ocorre nas regiões frias, pois nestes locais o inverno aproxima as pessoas e as mantém na introspecção do lar. Apesar de o inverno trazer consigo algumas dificuldades de saúde, isso não chega a ser um grande problema para a maioria das pessoas, pois de um modo geral, a estação fria representa mais um aspecto de conforto.
É assim, que exponho minha opinião, neste minúsculo texto, para que possamos repensar o simbolismo dos ciclos naturais e de sua estreita ligação com o divino. Portanto, se ser pagão é contemplar e venerar divindades ligadas à natureza, é preciso certamente entender esta natureza, assim como seus fenômenos e como estes nos afetam, assim poderemos construir uma interpretação mais coerente, compreendendo a presença de nossos poderes divinos em nossa própria região, que é tão diferente do berço original de nossos ancestrais.
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