[Coluna] Pagando de Pagão #004

9 de julho de 2014


Haill grandes e pequenos filhos de Heimdall!

Depois de muito tempo, finalmente retorno com mais conversa fiada. Provavelmente muitas coisas já devem ter sido comentadas sobre isso, e eu não soube por que sou desinformado, mas, mesmo assim, achei um tema pertinente pra caramba.

Participei de um Dia de Estudo na escola onde trabalhava, e, como acho que a maioria dos profissionais faz, fui esperando dormir na cadeira e passar vergonha, mas, acredite se quiser, foi divertido. Um dos pontos principais, e que me fez voltar a escrever, foi um vídeo que nós assistimos cujo título é traduzido como “A Mensagem da Água”. Talvez só eu fui pego de surpresa nessa, porque ainda não tinha visto, então, se você aí já viu, sabe do que eu estou falando. Para os que não viram, segue o link:


Trata-se de um estudo feito pelo cientista japonês Masaru Emoto, que ‘descobriu’ que uma molécula de água pode ser influenciada por palavras, por sons... Parece viagem, e não vou dizer que concordei com tudo que aparece no vídeo (não acho que Heavy Metal seja considerado negativo, por exemplo), mas isso me fez lembrar, na hora, de todos os blóts que fizemos, meu Kin e eu, e de como aqueles brindes são diferentes, de como aqueles goles de vinho, ou cerveja, ou, seja lá o que for, são carregados de boas intenções, de saudades das pessoas queridas que perdemos, de honra aos Deuses e de agradecimentos.

Poxa, tudo bem que o vídeo fala de água e faz referência ao corpo humano, que, teoricamente, também pode ser afetado por palavras positivas, sendo composto por 70% de água, assim como as moléculas de água individuais, mas isso me fez acreditar que nossos brindes e nossas oferendas, carregadas com nossas palavras, são realmente especiais. Quem sabe, alguma molécula de cerveja durante um brinde a Thor, adquira o formato de um martelo... (risos).

Saudações e Glórias a todos.

Wassail!

AGR

Uma virtude a mais: A Paciência

12 de abril de 2014


Hail irmãos do Kindred!

Hail Visitantes!

Estou aqui mais uma vez para publicar um texto um tanto fora do meu estilo, hoje vim aqui para dar um conselho bastante simples já expresso no título deste artigo: “Tenha paciência”. Esse conselho vale para todos, mas em especial o direciono para aqueles mais jovens que se tornam muito afoitos por práticas de magia nórdica, blóts e sumbels, prática oracular pelas runas, declaro também que até mesmo eu ainda considero-me jovem aos 28 anos, prefiro acreditar como disse certa vez um irmão do Stor-Ljon Kindred, que sabemos quando alguém é realmente um pagão asatruar, quando passa dos 30 anos conservando a mesma crença nos deuses. O que me lembra de certa forma a Utopia de Platão, na qual os homens e mulheres mais aptos intelectualmente somente começariam o estudo da filosofia aos 30 anos, já que os questionamentos e discussões mais elevadas poderiam prejudicar os espíritos mais jovens e impacientes. É claro que não estudamos filosofia em nossos Kindreds, mas o prejuízo que uma prática muito precoce do paganismo nórdico por parte de pessoas não preparadas e com a mentalidade ainda muito confusa pode causar problemas.

Não digo que a idade mínima para tomar parte das práticas rituais deva ser de 30 anos ou qualquer outra idade, mas digo apenas tenham calma, primeiro dediquem-se aos estudos, sei que é um conselho já bastante batido, mas ainda vejo muito jovem, muitos menores de 18 anos ávidos por tomar parte no Sumbel ou oferecer o chifre aos deuses num Blot, não tenham pressa, vocês tem uma vida inteira para isso. Lembre-se de que você não nasceu na Escandinávia no período pagão, portanto, a formação do seu imaginário não é a mesma dos ancestrais, daí vem a necessidade de tempo para ter certeza de suas convicções e assimilar o imaginário necessário para tomar parte ativa na religião.

Ainda mais comum nesses fenômenos marcados pela pressa na prática está um encanto desesperado por “usar as runas” para prever o futuro e fazer rituais de magia para “moldar a realidade”, cuidado jovem, eu mesmo nunca me senti preparado para ler as runas ou praticar outras formas de magia, prefiro pensar que sou apenas um homem comum, que faz suas oferendas e respeita os poderes divinos, prefiro deixar essas práticas para os mais preparados. Sugiro que você comece a reparar como o funciona o ego de muitos autodeclarados pagãos, é incrível a quantidade que usa pseudônimos como Odhinsson, Ragnarsson, Thorsson, etc. Reparem também na quantidade de pessoas que assumem o arquétipo do mago, da volva, do berserker, do jarl, do guerreiro, etc me impressiona como ninguém quer ser o homem ou a mulher simples, sendo estes dois últimos os últimos a abandonarem o paganismo e converterem-se ao cristianismo.

Digo ainda que, se preocupem primeiro em conhecer a fundo a religião e os mitos, tenham certeza de que é realmente isso o que desejam e que vocês sentiram verdadeiramente um chamado ancestral para assumirem sua raiz pagã. Faço também questão de lembrar um erro muito comum entre jovens praticantes e até alguns “velhos”, que é o erro de pensar que no Asatru como uma oposição ao cristianismo, não somos oposição ou negação de coisa nenhuma, nossa religião é afirmativa, somos o que somos, estamos aqui para honrar nossa herança espiritual e não para combater outras religiões, se você deseja seguir esse caminho de negação e até escárnio, procure o grupo mais adequado para isso, mas sabia que não é o Asatru.

Saibam também que não aceitamos o sincretismo em nossa religião, somos tradicionalistas e reconstrucionistas, portanto, nos dedicamos através do estudo das eddas e sagas, reconstruir a antiga fé e manter acesas as tradições de nossos antepassados, apenas abolindo às práticas incompatíveis com a modernidade, tais como o sacrifício de seres humanos e animais, apesar de haver debates quanto ao último tema. Se você tem dúvidas sobre algum tema como, por exemplo, casamento, monogamia/poligamia, infância ou qualquer outra questão moral, meu conselho é ler as eddas, sagas e relatos de viajantes como Tácito ou Ibn Fadlan, esses textos ajudarão a compreender esse tipo de assunto.

Não tenha medo de fazer perguntas, mas preocupe-se em não respondê-las levianamente, pois algumas perguntas podem demorar anos para serem respondidas, enquanto outras questões talvez nunca sejam.

No artigo “Asatru: Viking Metal, Quadrinhos e RPG”, tratei da comum associação entre música, HQ’s e RPG com nosso paganismo, bem como da necessidade de separar seus gostos pessoais por música, literatura de quadrinhos e jogos de RPG da verdadeira religião que é o Asatru, recomendo que leiam também esse texto, que serve como complemento do presente texto.

Caso você sinta-se amadurecido e devidamente esclarecido para prosseguir nas práticas do Asatru, desejo-lhe muita força e honra para erguer e carregar a bandeira do corvo. E lembre-se que Asatru é coisa séria, não estamos aqui para praticar um mero “hobbie”, devemos honrar nossos deuses e ancestrais, devemos ser verdadeiros irmãos daqueles que compartilham do Blots e Sumbels, precisamos estar preparados para socorrer estes mesmos irmãos e suas famílias, lembre-se também que se você está correndo da moral da judaico-cristã e está em busca de uma religião sem moral, esqueça, pois apesar de não termos mandamentos, temos nove nobres virtudes a seguir , assim como o exemplo de diversos heróis, então não pense que é fácil.

Wassail!

[Poema] Cavaleiro Longínquo

22 de março de 2014


Hail irmãos da Aliança Asatru Capixaba!

Hail amigos e visitantes!

Depois de um longo "inverno", volto a postar no Blog da Aliança Asatru Capixaba, como estou com dificuldades em produzir novos textos, deixo para vocês um singelo poema que escrevi há algum tempo, mas nunca tive coragem de publicar no Blog da Aliança. É evidente que não posso de maneira alguma me comparar aos skalds que viviam entre nossos ancestrais declamando seus belíssimos e inspiradores versos, que mantinham acesa a memória de nosso povo, meu poema é simplório, não chegando a ser um mero fragmento de sombra da obra dos verdadeiros skalds, não tem sequer métrica e mal tem alguma rima, pois sou apenas um amador, que escreve apenas com coração, mas espero um dia poder dedicar-me a esta bela arte.

CAVALEIRO LONGÍNGUO

Sempre através da noite ou do dia
Viajante longínquo e intrépido
Por estradas enevoadas e sombrias
Por solo infestado do inimigo
Montado em Oito Patas, trota e galopa

A crina se agita aos ventos bravios
E por nove mundos cavalga
Combatendo em solos inóspitos
Corre pelos galhos que o tempo fustiga
Oito patas por terra, água e ar

Vai seguindo por sonhos e realidade
Oito patas atingem e tremem o chão
Lança sempre firme na mão
O vento frio açoita do velho a face
Para logo adiante avistar seu palácio

É recebido com hidromel e festejos
Por sua nobre e guerreira família
Bebe e festeja com os bravos
Oito Patas agora descansa

E O Velho de seu trono, todos os mundos vê

Como Nossa Fama Vive Depois que Morremos

18 de fevereiro de 2014


A "vida após a morte" no Paganismo é um quebra-cabeças. Mas esse quebra-cabeças não tem nada de novo. Parece bem claro de que a vida após a morte era um quebra cabeças para nossos Ancestrais também. Nossos ancestrais Pagãos pareciam sustentar uma grande variedade de pontos de vistas sobre o que poderia acontecer quando morrêssemos, dependendo da forma como viviam e quando viviam. Isso levou a uma grande variedade de praticas e tradições entre nossos Ancestrais. No Paganismo moderno, temos aqueles que sustentam uma visão tradicional e temos aqueles que acreditam que crenças numa vida após a morte é uma pratica moderna. Uma coisa é certa, para mim pelo menos. Ninguém realmente sabe o que vai acontecer ou para onde vamos quando morrermos. Todos temos nossas teorias de estimação... Ou desejos, claros. Mas ninguém sabe.

Então, é uma coisa boa que a maioria dos Pagãos esteja mais focado em viver sua vida do que falando sobre o que vai acontecer depois que ele morrer. A maioria de nós esta feliz em deixar a vida após a morte como um interessante mistério, e decidido à apenas esperar para ver o que acontece. Enquanto isso, nós temos vidas para seguir, trabalhar, e famílias para erguer aqui, no mundo físico. E isso nos leva à uma "vida após a morte" que tanto nossos ancestrais Pagãos quanto os Pagãos modernos tendem a concordar...

SER LEMBRADO PELOS SEUS FEITOS

A cultura mainstream julga cada homem e mulher por uma diversa variedade de feitos. As emoções e intenções de uma pessoa são levadas em consideração. Sua bagagem e experiência de vida são colocadas na equação. Quanto dinheiro possui e quão atraente elas são também é muito levado em conta. Não é que a sociedade moderna não julgue as pessoas pelos seus atos, mas essa sociedade apenas não dá o devido peso para isso.
Entre os Pagãos, são os atos que importam. Se você faz algo bom, que ajuda, e que seja positivo para minha família e meu Kindred de forma constante, então você é bom. Se você faz algo ruim, prejudicial e negativo para minha família e meu Kindred, de forma constante, então você é mal. Sua bagagem, emoções, intenções, o quanto dinheiro tem ou quão atraente é não importam. Vamos dar uma olhada nos bem conhecidos (entre os Pagãos) versos do Havamal...
076. "O gado morre,
os parentes morrem,
você mesmo morrerá;
mas a boa fama
não morre nunca
de todo aquele que a conseguiu."
076. "O gado morre,
os parentes morrem,
você mesmo morrerá;
uma coisa eu sei
que nunca morre:
a fama de cada morto."
São palavras pragmáticas e claras em sua sabedoria. Nossos ancestrais reconheciam que tudo e toda existência física acaba. Nós todos vamos morrer. Eles entendiam que a única coisa que continua na existência de um homem é seu renome, sua fama, e a memória do que ele fez em vida. Ele ficou ao lado de sua família e seu Kin? Ele trabalhou duro, aproveitou oportunidades, e alcançou metas? Viveu uma vida com honra, força e lealdade àqueles que merecem sua lealdade? Ele morreu uma boa morte? Nosso corpo apodrece, mas nossas conquistas vivem.

NOSSA FAMÍLIA CARREGARÁ NOSSA MEMÓRIA

Mas quem irá lembrar de nossos feitos e manter nosso nome vivo? Para quase todos nós, a única fama que irá realmente seguir é aquelas que ganhamos enquanto guiamos nossa família e Kindred adiante. O indivíduo não é nada. Mas, é a contribuição individual para as futuras gerações que beneficiam a todos. Como é dito no Havamal...

072. "Um filho é melhor,
embora ele nasceu tarde,
depois que o pai se foi;
raramente a lápide
fica próximo a estrada,
a menos que seja erguida de um parente para outro parente."

Nossos descendentes possuem um genuíno interesse em nós, como seus ancestrais. Se fizermos bem em vida, nós teremos dado à eles um bom ponto de partida para suas vidas. Se nós tivermos vivido uma vida pobre, então nós demos a eles uma base deficiente para suas próprias vidas.

Nós podemos ver toda essa ideia no conceito de Orlog. Orlog é uma parte da alma pagã que é passada de pai para filho, através de gerações por uma família. Orlog são todos esses feitos, ou fios, que você precisa costurar. É a tapeçaria de sua vida que você fia com cada escolha, trabalho ou coisas que conquista. É dito que um pai honrado, que viveu uma vida honrada e conquistou grandes coisas, passa um Orlog bom para seu filho. Enquanto um pai que viveu uma vida em desonra ou sem brilho passa um Orlog negativo para seu filho. Nossos filhos traçam os próprios caminhos no mundo, mas elas começam com a base no Orlog que você dá a ele. Uma criança que recebeu um bom Orlog tem um privilégio, no sentido de que estão construindo com base em tudo de bom que seus pais (e os pais deles) já haviam firmado. Uma criança que recebeu um Orlog ruim ainda pode levar uma boa vida, mas é mais difícil, porque eles terão que alcançar seus progressos usando a fundação pobre sob a qual estão construindo.

Em termos bem práticos, nós vemos exemplos da vida real desse conceito todos os dias. E, sem dúvida, nossos ancestrais Pagãos viram exemplos similares em suas próprias vidas. Qualquer criança pode crescer e ser honrada, bem sucedida, e um adulto de grande valor. Mas, o quão mais fácil seria para uma criança se tivesse tido pais igualmente honrados, bem sucedidos e de valor? E quão mais difícil será para crianças com pais desonrados, fracassados e sem brilho?

Então, é apenas natural que seja sua família a manter sua memória viva, se vivermos uma vida digna de ser lembrada. São nossos descendentes que erguem um horn para nós no Symbel e falam de nossos feitos e conquistas. São nossos descendentes que falam de nós para seus filhos, separam para nós um lugar a mesa, e orgulham-se de serem nossos descendentes muito depois de termos morrido. Mas, apenas se merecermos isso.

COMO MERECER SER LEMBRADO

Algumas pessoas dizem que devemos viver cada dia como se fosse o último. E elas usam isso como desculpa para perseguir prazeres, experiências e "aventuras" egoístas. Como um Pagão, se você viver cada dia como se fosse o último, então você deveria estar trabalhando pra caralho pra deixar a próxima geração melhor do que a sua. Deixando-a com Kindreds sólidos para continuarem quando você se for. Deixar para elas as habilidades que você aprendeu em sua vida e separar tempo para ensiná-las. Deixar para eles a sabedoria e experiência de forma que eles possam aprender com isso. Deixar para eles laços de amizade com outros Pagãos de suas gerações, para que eles possam construir fundações futuras. Ninguém irá se lembrar dos vide games que você zerou, ou de com quem dançamos ou dormimos, ou da bebida que bebemos, ou nenhum desses prazeres egoístas que possamos buscar. Mas, eles irão se lembrar do trabalho que fizemos e das bases que deixamos depois de partirmos.

Isso é uma coisa fácil de entender no papel, mas o foco emocional e o egoísmo de nossa era entra no caminho de muitos companheiros. Uma das maiores coisas que o Paganismo em si, e mais especificamente os Kindreds, deve superar é o egoísmo. Nos dias de hoje, é muito difícil abandonar a ideia de que "é tudo eu". Nós devemos tomar nossas decisões com base no bem estar de nossa família e nossos amigos leais (Kindred) primeiro. Nós temos que manter em mente um cenário maior, e generalizar os efeitos de cada decisão que tomamos em nossas vidas.

Para um Pagão que acredita que nossa forma de vida é a mais espiritualmente satisfatória para se viver, então compartilhá-la com seus filhos deveria ser uma das prioridades. Para um Pagão tribal, como eu, isso significa construir um Kindred forte e saudável, e envolver minhas crianças nas atividades desse Kindred. Isso significa construir tradições duradouras para que eles possam envolver e adaptar para quando eles assumirem. Significa viajar com meus filhos para eventos Pagãos, para que eles possam brincar com crianças pagãs de outros Kindreds e criar laços fortes de amizade que durem até suas vidas adultas. Significa ensiná-los o que eu sei, e encorajá-los para buscarem seu próprio conhecimento. Significa dar a eles um lar estável, carinhoso e, de alguma maneira, disciplinado que permita que eles cresçam com todo o seu potencial. E isso significa um monte de outras coisas que não podem ser listadas aqui devida às contenções de espaço e paciência de todos para ler esse artigo.

E SE NOSSOS DESCENDENTES NÃO SE LEMBRAREM?

Há sempre a possibilidade de que alguém possa conquistar grandes coisas e ainda assim não ser lembrado através das gerações. Mas, qual é nossa grande meta aqui? Estamos trabalhando duro, vivendo de forma honrada, tomando decisões sábias e conquistando grandes coisas só para ter o nome lembrado?

Vale a pena destacar que estamos falando de um modo de vida. A meta final desse modo de vida não é apenas ser lembrado. A principal meta é conquistar coisas para sua família que serão dignas de serem lembradas. Passar um poderoso e sólido Orlog através das gerações, e criar a fundação através da qual as futuras gerações podem construir algo ainda maior do que possamos imaginar. Se meu tataraneto crescer em um mundo onde o Paganismo cresceu em tamanho e qualidade, então eu não vou invejá-los por isso. Eu adoraria que eles se lembrassem de mim, mas eu não faço essas coisas pelo único propósito de ser lembrado pelo nome ou pelos feitos.

As folhas das árvores se lembram dos galhos em que cresceram? Elas se lembram do tronco de onde brotaram tais galhos? Se lembram da raiz que sustentou a árvore? Apenas por existir e florescer, as folhas são um memorial aos esforços dos galhos, troncos e raízes. Como um ancestral, eu estarei com meus descendentes, em seu sangue... em suas almas... Serei lembrado. E será assim eles lembrando de meu nome ou não.

Esqueça a preocupação moderna sobre sua identidade individual por um momento, e considere sua vida como um momento no correr de uma longa corrente de vidas que se estende pela história... E se estende em possibilidades, então o trabalho que você faz não é apenas para você. Seu trabalho é uma continuação de todos que vieram antes de você e um prelúdio para todos os que irão trabalhar depois de você. Suas conquistas são feitas em uma fundação passada para você pelos seus ancestrais, e as conquistas dos seus descendentes irão ser construídas sob o que você fundar durante seu tempo aqui em Midgard.

É uma forma significativo de ser lembrado? Se acredita no conceito de Orlog... E conexão espiritual e física entre ancestrais e descendentes, então eu estará satisfeito em ser lembrado dessa forma. Quantas vezes durante o Symbel ouvimos um brinde sendo feito à todos os ancestrais que trabalharam duro e sacrificaram muito para que tivéssemos a vida que vivemos hoje? No Jotun's Bane Kindred esse tipo de brinde é ouvido com frequência.

Se eu gostaria de ser lembrado pelo nome e feitos por meus descendentes? Claro que sim. Mas, se trabalharmos duro e conquistarmos muitas coisas agora, de forma que essas conquistas um dia sejam tidas como garantidas... então eu não teria vencido a batalha? Eu não sou tão egoísta a ponto de exigir ser lembrado pelo nome. Isso é algo que é conquistado com suor, e não depende de mim. Eu vou trabalhar... E meus descendentes vão decidir lembrar de mim de tal forma. De qualquer maneira, eu estarei em suas vidas muito depois de meu corpo ter apodrecido.

Se bem que, um horn erguido em honra do tataravô de vez em quando não faria mal. :-)

A PRINCIPAL MOTIVAÇÃO DE NOSSAS VIDAS

Uma das principais motivações por trás de escrever os artigos que escrevo é de que quero deixar algo para que meus filhos leiam e saibam no que eu acreditava e como eu escolhi viver. Meus filhos têm 6, 9 e 11... E se eu cair morto amanhã, o quanto minha criança de 6 anos vai se lembrar do que eu ensinei? Então, nos momentos em que eu estou cansado ou quero descansar, eu penso, "Faça agora... Porque você pode não ter o amanhã". Então eu escrevo outro artigo... Ou trabalho em algo para meu Kindred... Ou faço alguma outra coisa que precise ser feita para construir a fundação na qual estou trabalhando.

Agora, eles podem crescer e ter uma visão de mundo diferente da minha. E, enquanto eles estiverem felizes e realizados, isso estará ótimo para mim. Mas, Porque, ao menos eles saberão no que eu trabalhei por eles e terei compartilhado com eles. O que eles vão fazer com esse conhecimento é responsabilidade deles. Mas eles não estarão construindo do zero, não importa o que eles decidirem erguer.

E assim o é para cada um de nós. Tire um tempo para pensar nisso. Você está passando um bom Orlog para seus filhos e os filhos deles? Está construindo uma fundação de honra e conquistas para eles acrescerem e chegarem à lugares aonde você nunca conseguiu no seu tempo limitado na terra? Você está passando a eles as habilidades e sabedoria que eles vão precisar para serem melhores que você? Está usando seu tempo nesse mundo para viver uma vida digna de ser lembrada? Essas são questões que apenas você pode responder. Mas, no final, serão seus filhos e as gerações que vierem depois deles que irão julgá-lo com base em seus feitos e conquistas em vida, e serão eles que irão decidir o quão você é digno de ser lembrado depois que você se for.


Traduzido do artigo: "How Our Fame Lives on After We are Dead...", por Mark Ludwig Stinson

O que é paganismo de imersão total?

14 de outubro de 2013


Minha esposa, Jennifer, fez uma observação outro dia que realmente me tocou o coração. Parafraseando, ela disse algo como, "Paganismo não é um clube ou uma coisa de fim de semana. Paganismo não é rpg ou uma re-encenação. Não é fantasiar-se ou fazer de conta ou ficar no virtual. Paganismo é sua vida. Nossas famílias... Nossos filhos... todos estão envolvidos, e o kindred é a extensão de nossa família. Nós dedicamos todo o nosso tempo e dinheiro no paganismo. Nossas férias familiares são em sítios pagãos, e nossos amigos de família são outros pagãos. É isso o que fazemos e é isso o que somos".

Essa observação me fez pensar, e ela me fez reunir um monte de pensamentos menores que eu nunca tinha realmente conectado antes. Me ocorreu que muitos dos problemas ou equívocos entre os Pagãos, tanto online quanto pessoalmente, deriva, das diferenças no nível de envolvimento ou imersão no Paganismo. Como de costume, vou usar meu próprio kindred, Jotun's Bane Kindred, como um exemplo. Eu descreveria nosso kindred como sendo de imersão total. Não somos os únicos assim. Eu pessoalmente conheço muitos kindreds no Centro-Oeste com um nível similar de imersão, e eu estou certo que existem também em qualquer lugar.

O Jotun's Bane Kindred considera todos os membros do kindred como parte de uma família estendida. Nós compartilhamos de alegrias um com o outro, considerando os seus sucessos ou falhas como um sucesso ou falha de todo o grupo. Nós somos tios e tias dos filhos uns dos outros. Nos vemos, pelo menos, uma vez por semana, e algumas vezes várias vezes na semana. Estamos na casa uns dos outros com frequência, algumas vezes por razões religiosas, mas também por motivos sociais ou para ajudá-los em alguma coisa. Nossas relações dentro do Kindred, e nossas relações com as pessoas de fora do kindred, são baseadas numa visão de mundo pagã, valores pagãos, e da influência tribal de nosso kindred.

Quando eu digo que nosso kindred é "all-in", quero dizer literalmente "all-in". Nossos filhos e esposas estão completamente envolvidos em tudo que fazemos. A grande maioria de nossos amigos de fora do kindred são pagãos inseridos em nossa comunidade aqui no Kansas ou pagãos de todo o Centro-Oeste que conhecemos bem dos eventos pagãos. Todas as nossas viagens de férias de família giram em torno de participar de eventos pagãos organizados por kindred ao longo do Centro-Oeste. Entrando em qualquer uma de nossas casas, não vai haver como nos tomar por nada exceto Pagão. Cada um dos membros do kindred tem uma importante área de suas casas e terras dedicadas à honrar seus Deuses, ancestrais, e os Vaettir. Jennifer e eu dedicamos o maior quarto da casa e o remodelamos para que ele se tornasse o nosso Salão do Kindred. Um lugar grande o bastante para todo o kindred se reunir confortavelmente, debater, ter o festim, realizarmos o Symbel, ou honrar nossos Deuses.

Nosso kindred organiza eventos pagãos abertos, como muitos outros kindred aqui no Centro-Oeste. O tempo, esforço, planejamento e dinheiro envolvidos em dar esses eventos seria difícil de calcular. Só para o "Lightning Across the Plains" nós dedicamos cerca de dois meses da nossa vida por ano para fazer um evento de sucesso e significativo para aqueles que participam. Sempre que participamos de um evento organizado por outro kindred, nós sabemos exatamente quanto esforço, sangue, suor, e lágrimas eles colocaram nesses eventos à favor de seus convidados.

Não preciso dizer que um longo período de nosso tempo livre e recursos disponíveis são focados no nosso kindred, ou nossas atividades pagãs, ou paganismo em geral. Paganismo está no centro de nossas vidas... E estamos totalmente imersos nele. Nós usamos nossos nomes reais, tanto on-line quanto na comunidade Pagã. Nossas atividades artesanais, leitura, e atividades sociais giram em torno de temas Pagãos. Se eu tenho que ir à um filme, ou à um jogo de hockey com outras pessoas, pode ter certeza de que será com membros do meu kindred. Se um de nós enfrenta uma grande crise em sua vida, é igualmente certo de que o resto do kindred estará bem ao seu lado.

Membros de sucesso do kindred entendem o alto nível de responsabilidade eles possuem com suas próprias famílias e as famílias dos outros membros do kindred. Eles tomam decisões tendo em mente tanto suas necessidades, as necessidades de suas famílias e as necessidades do kindred. Todas as decisões que eles tomam e as ações que fazem podem ter um impacto em todos os membros do kindred... Suas famílias... Seus filhos. Seu Orlog e sua Sorte estão ligados ao Orlog e Sorte do grupo, e isso leva à gravidade que um indivíduo sozinho não experimenta. Devido à proximidade das relações do nosso kindred com outros kindreds aqui da região, um membro do kindred precisa reconhecer que sua decisão pode até afetar amigos pagãos da região, seus kindred e suas crianças.

DIFERENTES NÍVES DE IMERSÃO

Nem todo mundo está no mesmo nível de envolvimento e imersão, e eu não fiz essa descrição do nível de imersão do Jotun's Bane Kindred como um julgamento negativo para outras pessoas. Apenas como uma questão fatual, existem pessoas que tratam o paganismo quase como um hobby no qual eles lidam ocasionalmente. Um interesse pelo qual eles dedicam um tempo lendo sobre o assunto e navegando em alguns sites relevantes. Algumas pessoas não possuem, no momento, o tempo necessário para se tornar totalmente emerso. Algumas pessoas não têm o apoio de suas esposas ou famílias, e sentem-se incapazes de realmente se comprometer. Algumas pessoas não têm outros pagãos por próximo, e isso pode ser naturalmente desencorajador. Algumas pessoas vêem os kindreds mais como um clube do que exatamente como uma família. Para alguns, isso pode ser uma atividade para os fins de semana apenas... Algo que suas esposas deixem que eles façam no tempo livre, como praticar esporte ou qualquer outra atividade individual. Alguns estão em uma situação aonde suas esposas ou ex-esposas não deixam que ele envolva suas crianças no paganismo. E outros simplesmente possuem outros compromissos e outros interesses que ocupam uma grande parte de seu tempo. Eu compreendo isso.

Então, eu vou dizer isso mais uma vez para evitar desentendimentos. Quando eu descrevi o nosso nível de imersão, eu não estava julgando negativamente o nível de ninguém. Obviamente, nosso nível de imersão é um com o qual estamos confortáveis e que nos serve como melhor. Mas, nós entendemos que pode não ser o melhor para todo mundo. Nós sabemos, gostamos, e nos alegramos por ter pagãos com vários níveis de envolvimento e imersão.

COMO AS DIFERENÇAS PODEM CAUSAR PROBLEMAS

O que, normalmente, pode causar problemas, é quando Pagãos de diferentes níveis de envolvimento e imersão se conhecem e interagem, sem um bom entendimento de suas diferenças. Vou ilustrar meu ponto com algumas situações hipotéticas. Elas são generalizações, e não se referem à nenhum grupo ou tipo específico de pessoa.

Imagine por um momento um novo Pagão, pai, que quer se envolver completamente com sua família e filhos, ele encontra um kindred na sua área que mais parece um clube ou uma atividade de fim de semana para seus membros. O novato vai ter certas expectativas e esperanças para esse encontro com o novo grupo que pode muito bem ir de encontro com as expectativas estabelecidas no kindred-clube. O novo pagão pode ter a visão de que o grupo não é comprometido o bastante, e o kindred pode vê-lo como insistente, julgativo, e irritante.

Imagine um Pagão que vem de uma família disfuncional encontrando um kindred que é totalmente orientado à família e de imersão total. Esse indivíduo pode nunca ter sabido o que fazer parte de uma família saudável, e pode não ter as habilidades para seguir em frente sendo apenas um indivíduo. O kindred familiar vai ter, obviamente, algumas expectativas à respeito daqueles que unem-se a eles, e esse indivíduo pode não ser capaz de atender à essas expectativas. Você poderia pensar que um kindred familiar poderia treinar esse indivíduo para que este saiba como interagir dentro de uma família, mas na maioria dos casos, o dano já foi feito à pessoa e não há como ensinar alguém. Normalmente, eles nem mesmo possuem a capacidade de reconhecer suas próprias inabilidade disfuncional para funcionar dentro de um ambiente familiar.

Imagine em geral uma nova pessoa no Paganismo. Elas ainda estão aprendendo, explorando, e tentando firmas os pés em um modo de ver o mundo e de viver completamente diferentes. Um kindred-clube pode ser uma excelente pedida para ela no começo... Mas seria algo que, potencialmente, se tornaria vago conforme essa pessoa vai aprendendo e descobrindo que quer estar mais imergido. Por outro lado, se ela se unir à um kindred de imersão total muito cedo, ela pode não entender completamente o nível de envolvimento com o qual se comprometeu... E fracassar em sua longa jornada.

Jovens solteiros podem ser problemas em potencial para kindreds que esperam compromissos à longo-prazo e imersão total. É impossível prever com quem um jovem vai se envolver romanticamente, e mais impossível ainda é prever como esse relacionamento vai afetar seu foco e comprometimento com o kindred. Multiplique isso por todas os relacionamentos que ocorrem em série, e, certamente, teremos uma falta de estabilidade que irá se desenvolver. Jovens solteiros são mais propensos à se mudarem para perseguir novas relações ou oportunidades profissionais. Nenhum dos casos é ruim, por sí só, mas é preciso ter isso em mente.

Um indivíduo casado cuja esposa não aprova o paganismo e não apóia seu envolvimento em um kindred é, obviamente, um grande problema em um kindred de imersão total. Esposas que não apóiam tendem à afastar o envolvimento do esposo, causando todo o tipo de stress e problemas, e tudo isso é apenas parte do caminho até um ultimato exigindo que ele deixe o kindred e o paganismo. É muito pouco provável que um membro casado com uma esposa que não o apóia tenha permissão para envolver suas crianças, causando outro foco de stress para ele e seu casamento.

Tem também indivíduos que estão sempre atrás de algo novo. Eles realmente percebem o que estão fazendo, mas eles, basicamente, vão de interesse em interesse, demonstrando uma grande quantidade de comprometimento à cada atividade por um curto período de tempo. E então, partem para algo novo. Quando essas pessoas se unem à um kindred eles entram à todo o vapor, mas no dia seguinte eles partem para outra. Eu me pergunto se eles entendem o dano que causam aos outros membros, famílias e crianças do grupo.

E não vamos nos esquecer daqueles que adoram um drama. Eles se alimentam do tumulto emocional e da atenção negativa que vem de ser o centro dos problemas, ou, ao menos, enormemente próximos do nascer do problema. Esses indivíduos nunca vão reconhecer isso como quem eles são e o que fazem. Mas você, normalmente, pode identificá-los pelas histórias que eles contam de como eles eram tratados injustamente em seus antigos empregos, outros grupos que pertenceu, ou nas histórias dramáticas cujos papéis sempre são de vítima. Esses viciados em drama podem causar quantidades enormes de danos até mesmo em um kindred sólido se você permitir.

O SENSO COMUM E AS EXCEÇÕES

Novamente, eu estou prestes à fazer algumas generalizações. Mas, eu vou tentar compensar isso reconhecendo a sempre presente exceção para toda a regra. Existem pessoas que se encaixam nos indicadores, mas que serão pesadelos para seu kindred. Existem pessoas que recebem todos os alertas vermelhos, mas acabam se tornando membros maravilhosos do kindred. Não tem nenhuma regra difícil e rápida. Mas, eu ainda acredito que há válido considerar algumas generalizações.

Se você tem um kindred familiar, totalmente imerso ou está tentando construir um, é apenas senso comum de que algumas pessoas vão se encaixar nesse grupo e algumas pessoas não. Um membro com uma visão familiar saudável tem mais chances de se encaixar do que um indivíduo que já se divorciou três vezes. Alguém que já foi um membro de sucesso em outros grupos e sabe como interagir é uma melhor aposta do que um solitário recluso socialmente inábil. Alguém com termos de compromisso à longo prazo em outras áreas da vida é muito melhor do que alguém que nunca esteve muito tempo no mesmo emprego, ou no mesmo lugar, ou no mesmo relacionamento.

Mas cada família e cada indivíduo é um caso, e deve ser julgado por seu feito. Eu digo julgado por seus defeitos, porque, hoje em dia, existem muitos que podem falar e falar... E falar de forma convincente. Mas, você tem que olhar além da cortina, ignorar as palavras floridas, a música e a dança e o apelo emocional para enxergar quem essa pessoa realmente é e o que realmente faz. Quando ela interage com seu kindred, estariam ela contribuindo, ajudando, compartilhando e interessada em aprender como se encaixar no nosso kindred? Você vê, em suas vidas, consistentes sinais de estabilidade, comprometimento, lealdade, trabalho em equipe, e pensamentos e ações voltadas à família? Ou seria algo diferente?

É importante examinar cada aspecto individual ou familiar antes de dar prosseguimento de ingresso ao kindred. Nós falamos sobre estabilidade, lealdade, comprometimento, habilidade de ser parte de uma família ou equipe, etc. Mas um dos aspectos que algumas vezes é negligenciado ou esquecido é o aspecto social. Se você permite que um novo membro entre em seu kindred, você estará passando uma grande quantidade de tempo com ele ou ela. Você estará interagindo com eles regularmente. Se eles o irritarem, cansarem, ou trazem consigo uma série de conflitos pessoais, então esses problemas precisam ser completamente resolvidos antes de prosseguir. Membros em potencial que são socialmente inaptos também podem ser um problema, dependendo da severidade de sua inaptidão. Construir e manter um kindred já é difícil quando todos gostam de todos e se dão bem juntos. Se existem membros no kindred que não gostam um do outro, ou não sabem como se relacionar, isso pode ser tóxico.

COMPREENSÃO É IMPORTANTE

Há pouco eu escrevi que podem haver problemas quando pagãos de diferentes níveis de envolvimento e imersão se encontram e interagem sem uma boa compreensão de suas diferenças.

Por exemplo, se eu chegasse para cada pagão novato que participa de um evento aberto conosco pela primeira vez e exigisse que ele entrasse de cabeça imediatamente com o mesmo nível de envolvimento que temos dentro do kindred, eu teria afastado quase todos eles. Isso vale até para pagão de longa data na região do Kansas ou nas regiões ao nosso redor. Se eles estão em um momento de suas vidas onde simplesmente preferem tem uma imersão menor, então com que propósito eu iria exigir mais deles? Um dos aspectos de ser um pagão é que eu não espero que todos acreditem e pratiquem exatamente como eu. Eu não exijo isso das pessoas, ou as julgo negativamente por não ser exatamente como eu... Ou creia exatamente da forma como eu creio. Cada tribo e família têm seu próprio modo e eu respeito isso.

Quando um kindred estiver examinando algum potencial membro, eles precisam ter em mente o nível de imersão que esse novo membro em potencial está disposto a ter. Não o fazer expõe todos à problemas nos caminhos que virão.


Traduzido do artigo: "What is Full-Immersion Heathenry?", por Mark Ludwig Stinson

O Interminável Debate Racial

20 de setembro de 2013


Depois de 5 minutos logado no Facebook, eu tenho certeza de que vou cruzar por algum debate furioso, irritante e exaltado sobre "Raça no Asatru". É bem frustrante entender o que qualquer um de nós ganha com esses intermináveis debates online sobre essa questão inversátil e etnicista da inclusão/exclusão "racial" sendo debatida por mais vinte anos. Nos últimos 20 anos, esse assunto artificialmente dividiu nossas tradições. Nos últimos vinte anos, esse assunto nos distraiu com seu fervor emocional.

Sejamos honestos, ninguém nunca convence ninguém sobre esse assunto em um debate online. As pessoas gritam e xingam, e seu sangue ferve com pessoas que elas nem mesmo conhecem. E qual é o benefício disso? Que efeito positivo isso teve?

Nenhum. Simplesmente lançou às sombras tudo que nós fazemos. Entrar num debate online sobre "raça" é, essencialmente, masturbação emocional/intelectual. Você vê os franguinhos falando disso constantemente, dizendo que o céu vai cair e reclamando dos "racistas", enquanto competem para ver quem tem o discurso mais tolerante, receptivo e "iluminado" da questão. Então, temos os "racistas", dizendo o quão "brancos" eles são, enquanto também competem para ver quem consegue ser o mais estridente e puro de todos.

E, finalmente, temos o resto de nós, que está se perguntando como foi que esse tópico ridículo conseguiu dominar o cenário Asatru por décadas. É sem sentido. Sem propósito. Vazio. E é um tópico que é usado para nos dividir. Um tópico que é usado para angariar membros em organizações e facções dentro de nossas tradições.

Ao meu modo de ver, deixe que cada Kindred decida como eles vão abordar esse tópico, e todo mundo fica fora dos assuntos uns dos outros. Se você encontrar um kindred que aborda o assunto de uma forma com a qual você não se sente confortável, então una-se a outro kindred ou construa o seu. Em eventos, se cada kindred respeitar a autonomia dos outros kindreds na abordagem desse tópico (bem como vários outros) da forma como é melhor para eles, então todos podem celebrar. Problema resolvido. Pronto. Bola pra frente.

Minha esperança é que vivêssemos em um mundo onde saberíamos que esse "peso morto" está bem morto. Um mundo onde, quando alguém tentasse arrastar outros para essa discussão, todos simplesmente ignorassem e os moderadores simplesmente apagassem o tópico. Mas, esse é um desejo irreal. Daqui a 20 anos, hordas de pagãos online ainda estarão debatendo esse tópico em seja lá qual rede social 3D holográfica que estivermos usando na época. Daqui a 20 anos, as pessoas ainda vão gostar de estar se envolvendo nesse sangrento e sem sentido assunto que nunca será resolvido.

Na próxima vez que você vir alguém falando disso, pense com você mesmo... "Porque essa pessoa não está fazendo algo que presta?" Tem tanta coisa que precisa ser feita. Começar um kindred em sua região. Oferecer um grupo de estudos pagãos. Organizar um evento. Agendar um workshop ou aula. Ir à um evento. Ler um livro. Escrever um livro. Ensinar para sua família sua cultura e tradição. Honrar aos nossos Deuses e ancestrais. Fazer algo de positivo acontecer para o paganismo. FAZER ALGUMA COISA.

Vá fazer alguma coisa... E poste sobre isso. É isso que eu gosto de ler quando estou no Facebook.

E quanto à minha opinião sobre esse "peso morto"? Eu já escrevi um texto, que mais tarde foi incluído em um livro, juntamente com mais 100 outros tópicos relacionados ao paganismo que eu considero mais importantes. Honestamente, quando se trata de sua família e seu kindred, você não deveria se preocupar sobre o que eu penso do assunto de qualquer maneira.


Traduzido do artigo: "The Endless On-Line Debates about Race in Asatru", por Mark Ludwig Stinson

As Armadilhas do Paganismo Online

11 de setembro de 2013


Paganismo online é como muitos pagãos encontram e compartilham informações, promovem e educam pessoas sobre seus eventos e esforços, e é uma ótima forma de se manter contato com outros pagãos e kindreds fora de sua área. É através dele que a maioria dos novos pagãos têm seu primeiro contato com outros pagãos. Mas, o paganismo online é um lugar falho e disfuncional na maioria do tempo. Se você roçar a superfície e essencialmente apenas olhar, pode ser até divertido ver o trem descarrilado que é o paganismo online. Mas, se nos aprofundarmos nele, dividirmos opiniões e informações, e engajarmos em discussões online, as negativas ao paganismo online fazem com que isso não valha nem um pouco à pena.

Honestamente, a maioria das coisas que vou descrever nesse post não ocorrem muito no paganismo cara-à-cara. Provavelmente porque quando se está cara-à-cara com outra pessoa, você o reconhece como outro ser humano. Você reconhece que aquela outra pessoa pode reagir ao que você diz de uma forma imediata e igual. E finalmente, a maioria das coisas discretas nesse post são feitas por pessoas que não estão realmente envolvidas no paganismo cara-à-cara. Essas coisas são, normalmente, feitas por pessoas que se vêem como bravos e poderosos pagãos, ainda que a maior parte de seu paganismo ocorra por trás do teclado.

PENSAMENTO DENOMINACIONAL - As crenças e praticas de nossos ancestrais variavam muito, dependendo do período de tempo, localização geográfica, status socioeconômico e outros fatores. Nossos ancestrais viviam em uma cultura de narrativa oral, sem escritas, livros sagrados, autoridade religiosa central (ao menos, não na forma como vemos hoje no cristianismo), e há grande diversidade na forma como eles honravam nossos Deuses e Ancestrais. Como em outras culturas de narrativa oral, é muito provável que mesmo famílias vivendo em fazendas à poucos quilômetros de distância tenham, ao menos, algumas diferenças entre tradições e crenças. Mas, então temos esses pagãos modernos que acreditam conhecer o "único e verdadeiro modo" de honrar nossos Deuses. Eles podem até não admitir isso abertamente, ou até mesmo negar, mas suas palavras e ações claramente sugerem que eles sentem como se a maneira deles fosse a única maneira correta. Eles acreditam que o que eles acreditam e o que eles praticam está certo, e todos os outros estão errados. Sendo assim, alguns desses "fundamentalistas" pagãos trabalham pesado contra qualquer um que faça ou veja as coisas de forma diferente das dele. Eles denigrem e caçoam daqueles que possuem crenças diferentes. Eles insistem na ideia de que paganismo moderno é uma questão de redescobrir o que nossos ancestrais acreditavam, sem nunca realmente entender que as crenças de nossos ancestrais variavam enormemente e representava um leque diverso, não uma estrutura de crença monolítica e singular.

Esse pensamento denominacional gera divisões antinaturais dentro do paganismo moderno. "Eu não posso ir nesse evento porque as pessoas que o organizaram não acreditam na mesma coisa que eu." "Eu não gosto daquele kindred há quatro estados de distância do nosso porque eu ouvi dizer que eles fazem as coisas diferentes das nossas." "Eu não posso andar com esse pessoal, eles são de uma organização diferente da minha e devem fazer as coisas completamente diferentes do que eu".

Vamos ser claros, a maioria dos pagãos tem mais em comum do que as pequenas diferenças que tendem a serem destacadas online. E o paganismo moderno é muito pequeno e muito novo para enfraquecer a si próprio com questões exaustivas e sem sentido que levam à segmentação dos nossos. Questões que, normalmente, são levantadas por pessoas sem nenhum real interesse de evoluir o paganismo como um todo.

AQUELES QUE CONDENAM - Existem pagãos online que estão prontos para agarrar a chance de condenar e difamar os outros. Com frequência, essas condenações são sobre questões de crenças. Com regularidade, eles acusam pessoas de serem racistas ou traidores da raça, molengas, pirados ou até de terem "bagagem cristã". Eles, quase sempre, o fazem sem ter o mínimo de conhecimento da pessoa que estão condenando ou xingando. Você pode até pensar que está tendo uma conversa com ele, ou construindo um entendimento mútuo, mas as intenções dele não são ter uma conversa honesta com você. Ele vai preferir picotar suas palavras, tirá-las de contexto, discutir semânticas sem sentido, e declarar algum tipo de vitória intelectual da qual ele não venceu realmente. Não posso dizer o porquê de eles fazerem isso, mas acho que é para se sentirem melhore com si mesmos. Eles sofrem com a fraca tendência de se sentirem maiores e melhores quando estão derrubando outras pessoas. Olhando assim, me parece um tipo de "olhem para mim!" exibicionista feito para fazer com que eles se sintam inteligentes e importantes. Na maioria das vezes faz com que todo mundo se questione o porque perde seu tempo ficando online.

NEGATIVISTAS - Outro grupo de pagãos online que dedica suas vidas à derrubar quem está realmente fazendo algo no mundo real. Você organiza um evento, e eles dedicam seu tempo espalhando falsas informações negativas sobre seu evento. Você inicia um kindred, eles perdem seu tempo diminuindo seus esforços. Seu trabalho em qualquer tipo de visão do paganismo esforçado, e eles se dedicam à zombar desse esforço. Esqueça o fato de eles nunca terem comparecido à um de seus eventos, nunca conheceu seu kindred, e não sabe nada de seus esforços. E esqueça o fato de que ele não faz nada realmente a não ser ficar postando online, e, na grande maioria, ataques e negatividade. Novamente, Eu não posso dizer com certeza o porquê de eles fazerem isso. Mas, me parece que se eles minarem os esforços de todo o mundo, vai estar tudo ok, em suas cabeças, para o fato de que eles não estão realmente fazendo nada. Se ninguém mais for bem sucedido, ou eles encontrarem um modo de caçoar o sucesso de outro alguém, isso faz com que sua própria falta de ações de sucesso de algum modo se torne pessoalmente aceitável.

ASSASSINOS DE LÍDERES - Existem pagãos online que dedicam uma boa quantidade de tempo derrubando qualquer um que ganhe algum tipo de reconhecimento. Qualquer um que expresse qualquer tipo de opinião e compartilhe alguma coisa publicamente sobre suas crenças ou práticas é zombado como se estivesse querendo ser o Asa-Papa. É quase uma reação de reflexo. Qualquer um que lidere um kindred ou um grupo local é declarado Líder de Culto, um Sabe-Tudo ou acusado de estar promovendo um culto de personalidade. Se eles não conseguirem encontrar nada real com o qual destruir os líderes, eles começam a inventar mentiras. Ignorem o fato de que eles nunca conheceram as pessoas que estão derrubando. De certa forma, eu entendo a desconfiança com qualquer um que represente algum tipo de liderança. Eu creio que isso está incrustada em nossa cultura americana e, talvez, isso seja amplificado pelo paganismo devido ao seu status quo. Mas, as pessoas de quem estou falando literalmente atacam qualquer um que estejam trabalhando em prol do paganismo.

POLÍTICAS PESSOAIS - Paganismo representa uma porcentagem incrivelmente pequena da população, fazendo do paganismo um "mundo pequeno". Existem pagãos que rapidamente desenvolvem conflitos de personalidade e pessoais por outros pagãos, e focam quase que obsessivamente na tarefa de destruir aqueles de quem ele não gosta... E todos que estejam associados à eles. Qualquer esforço feito por alguém que ele não gosta é impiedosamente e incansavelmente atacado. Qualquer opinião levantada por alguém que ele não gosta é retorcida e tirada de contexto para que ela pareça ser não apenas irracional, mas errônea, idiota e estúpida. Com frequência, esse tipo de ataque pessoal é feito às escondidas. As pessoas que fazem esse tipo de ataque se sentem totalmente confortáveis atacando à família do alvo, usando fotos dos alvos e sua família, e sugerindo os piores tipos de coisas possíveis sobre a pessoa em lugares e de formas que os impeça de se defenderem. É claro para a maioria de nós o quão desonrado é esse tipo de comportamento, mas o assunto é vão para aqueles que agem assim.

A IDENTIDADE FANTASIA - Eu entendo quando a pessoa que manter sua privacidade e não compartilhar muito sobre sua família ou vida pessoal. Mas, tem um tipo específico de pessoa envolvida em paganismo online que fala sobre vida, paganismo, valores e outras coisas... Mas ninguém sabe nada sobre ela. Eles existem apenas como pixels numa tela, sem nenhuma informação ou contexto necessário para a formação das opiniões ou ideias que eles compartilham. Essas pessoas, normalmente, assumem nomes ou um "nome pagão". Há poucas ou nenhuma foto dela. Nenhuma informação real sobre suas vidas, seus sucessos, suas falhas, etc. Nada. Então, eles estão livres para se comportarem como bem entenderem, e a maioria das pessoas vai apenas aceitar porque todos sabemos "se está na internet, deve ser verdade". Eu sempre me esforço para pesquisar informações de algumas dessas pessoas que mais me irritaram, apenas por curiosidade. E eu asseguro que se todos soubessem mais sobre quem elas realmente são e o que elas realmente fazem em vida, suas identidades fantasia online perderiam muito, se não toda, a credibilidade. A sua melhor aposta quando encontrar informação de alguém que seja, basicamente, um borrão vazio é considerar que o conselho ou informação são extremamente suspeitos até que provem o contrário.

Quero dizer, você quer conselhos sobre vida conjugal pagã de alguém que foi divorciado três vezes? Você quer conselhos sobre família de alguém que nunca realmente teve uma boa experiência familiar e não sabe como agir entre os seus? Você quer conselhos profissionais de alguém que nunca construiu uma carreira e muda de emprego a cada par de meses? E se você não sabe nada real sobre essa pessoa lhe dando conselho, você não sabe realmente se elas possuem o conhecimento digno de ser compartilhado.

PESSOAS INSANAS - Todos nós sabemos que existem pessoas com deficiências mentais e pessoas com desordem de personalidade em todas as religiões e em todas as coisas da vida. Mas no paganismo, talvez por ser uma religião alternativa e não parte do senso comum, tem sua cota de pessoas insanas. Existem pagãos online que são desiludidos, irracionais e sem qualquer limite. Eles desenvolvem ódio por outros online pelas menores coisas. Eles são obsessivos e, quando estão no ataque, não param nunca.

O QUE PODEMOS FAZER? - Honestamente, o melhor que você pode fazer sobre esses comportamentos é não se encaixar em nenhum deles, ajudar as pessoas quando você as vir entrando nessa, e não se associar à pessoas que insistem em agir desse modo. Ignorar essas pessoas como o tipo retorcido de pedintes que são é, provavelmente, o melhor que se pode fazer para lidar com eles.

Eu escrevi esse texto porque as pessoas sempre me perguntam o porquê de eu ter uma posição tão firme em relação ao paganismo cara-à-cara, enraizado e com eventos. Algumas vezes, as pessoas acham exagero quando eu falo algo negativo sobre o paganismo online. Então, eu pensei que deveria ilustrar algumas das coisas que eu experienciei para melhor explicar porque eu temo o efeito negativo que o paganismo online tem em todo o nosso esforço. Sem dúvidas, há muitas coisas positivas no paganismo online, e é por isso que continuo envolvido nisso. Mas, temo que o paganismo vai sempre estar preso em uma prolongada infantilidade enquanto nós tolerarmos esses comportamentos destrutivos..


Traduzido do artigo: "The Pitfalls of On-Line Heathenry", por Mark Ludwig Stinson

[Coluna] Pagando de Pagão #003

15 de julho de 2013


Haill grades e pequenos filhos de Heimdall!

Divagando sobre questões complicadas, sobre vida após a morte e sobre onde possivelmente teriam ido pessoas queridas, resolvi, já que minha contribuição está bastante relaxada, redigir algumas palavras.

Escrevemos, Rodrigo Tonon e eu, um pequeno artigo iniciando um estudo sobre as concepções de vida após a morte no período viking, que participou de duas iniciações científicas e foi, vejam só vocês, agraciado com algumas premiações. Mas, apesar de interessante, não é minha intenção repetir aqui o que escrevemos nesse artigo, mas sim encruzilhar o assunto para tempos hodiernos, da forma menos formal possível.

Esquecendo o maniqueísmo rotineiro e a definição simplista de céu e inferno, Valhalla e Hell, podemos considerar que, de acordo com a antiga fé, existiam vários destinos para as almas, e que vários Deuses eram responsáveis por “encaminhá-las” a eles. Mas, e hoje, como é que podemos saber, ou mesmo esperançar, sobre quem vai para onde? Complicadíssimo assunto. Mesmo assim, acredito que vários já tenham visto alguém levantar a voz e esbravejar que pretende ir para o Salão do Pai Odin depois da morte. Vontade, todo mundo tem.

Quando lemos sobre antigos heróis e sobre o capricho dos Deuses, vemos em várias ocasiões a necessidade de morrer em batalha, ou com a espada em punhos para que se tenha o direito de entrar no Valhalla, mas vivemos em uma sociedade diferente, e não andamos por aí (ou pelo menos não deveríamos andar) armados com espadas, pelas ruas, como se uma batalha épica fosse sair de traz da moita a qualquer momento. E também, pessoalmente, não acredito que armas de fogo sejam a chave para um quartinho nos fundos do Salão do Velho...

Nossos costumes são diferentes, e querendo ou não, temos leis diferentes e hábitos diferentes, de modo que levar coisas assim ao pé da letra pode ser tão perigoso quanto alguns exemplos de religiosidade ferrenha que presenciamos nesse mundo, como pessoas explodindo outras por um paraíso cheio de virgens ou mesmo mulheres que não aparam seus pelos e tomam banho de roupa pra não se verem nuas e ficarem tentadas. Não pretendo, de forma alguma, difamar a religião alheia, porque não admito sofrer tal abuso, mas considero que qualquer coisa extremizada pode se transformar em um grave problema rapidamente.

Então, como não existe receita mágica para uma vidinha que leve com certeza sua alma para um destino previsto, o que busco fazer é me apegar aos conhecimentos que adquiri e venho adquirindo até agora, como, novamente citando as Nove Nobres Virtudes, pensar que ter coragem e trabalhar com perseverança e disciplina pode agradar Thor, ou ser fiel e verdadeiro pode me deixar próximo da Senhora Fréya, ou até mesmo ser independente, honrado e hospitaleiro pode chamar a atenção do Sábio Odin.

E lembrando, mesmo sabendo que a resposta para todas as questões da vida do universo e tudo mais é 42, lembre-se que ainda é preciso saber fazer a pergunta certa.

Wassail!

 
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