[Coluna] Pagando de Pagão #001

31 de janeiro de 2013

Haill grandes e pequenos filhos de Heimdall!
Assim como todos que se importam com algo se preocupam com a divulgação correta e o bom entendimento sobre os detalhes e pormenores desse algo, nós, da Aliança Asatrú Capixaba, temos a intenção de desenvolver pequenos comentários sobre temas relacionados à antiga fé pagã do norte, contribuindo no que pudermos para a reconstrução e o auxílio na prática do Asatrú.
Como fui instruído a escrever alguma coisa, e como, por experiência própria, entendo que uma boa conversa pode ensinar, embora que por vias diferentes, tanto quanto uma leitura técnica, deixarei a escrita teórica para meus irmãos de fé e buscarei aqui reproduzir o mais próximo que conseguir de uma conversa informal, mas explicativa, sobre o que entendo e do que vejo sobre a sociedade pagã atual.
Há, em diversos meios de comunicação, um exemplo de concepção de paganismo. Bandas de música, histórias em quadrinho, sites, documentários, artigos e afins. Quando afirmamos o paganismo, temos que ter um cuidado especial para não generalizar as práticas de fé. Mesmo com minha pequena bagagem cultural e prática relacionada a esse tema, tive oportunidade de me deparar com casos que são dignos de nota, como pessoas que buscam envolver-se com grupos pagãos para aproveitar a ritualística empregada em sincretismos pessoais, ou outros que se preocupam simplesmente com a quantidade de cerveja no festim, e outros ainda que se dispõem a participar de blóts nos fins de semana só para sentirem-se incluídos em um grupo social mas que nos dias úteis retornam à outros tipos de religião.
As ramificações pagãs são vastas como os galhos de uma árvore, e quando não direcionadas corretamente, podem gerar a mesma sombra, obscurecendo a visão de quem se encontra sob todas essas concepções. Asatrú é, de forma única, um ramo específico de fé. Podar as comparações, sincretismos e opiniões errôneas pode clarear a direção correta de muitos que se inclinam a seguir tal caminho.
Como orientação imediata, eu recomendaria, claro, a leitura, o estudo e a busca por conhecimento, que é prática comum de quem investe tempo e fé para assimilar melhor as concepções pagãs. Além disso, entendo que um ponto extremamente importante no Asatrú são as Nove Nobres Virtudes, e que, infelizmente, passa despercebido mais vezes do que se pode achar aceitável. Exemplos ruins de algumas Virtudes são notoriamente encontrados, como a falta de Hospitalidade mesmo em redes sociais exclusivas para pagãos, ou a distorção de Fidelidade que pode ser entendida e encontrada nos que insistem em afirmar sua fé criticando a fé de terceiros, ou, para encerrar, a falta de Disciplina nos estudos, a falta de Laboriosidade nos que não se preocupam em encontrar tempo e condições de praticar os rituais, e a falta de coragem nos que tem vergonha de assumir a fé que afirmam ter.
É evidente que esse assunto gera muitas pautas e discussões infindáveis, e é desnecessário afirmar que o pequeno comentário à cima é uma migalha ínfima de informação. Mas, temos que começar de algum lugar.
Saudações e Glórias a todos.
Wassail!

1 comentários:

  1. Adorei seu texto Aléx. É a primeira postagem que li neste blog. Começarei uma maratona, acredito que até o final do dia termine de ler o blog.
    Esse assunto é bem polêmico mesmo. Ultimamente eu tenho me vigiado constantemente quanto as virtudes. Evitar falar mal de outras religiões, evitar julgamentos baseados em pré-conceitos.
    Li um texto interessante nas últimas semanas que falava a respeito de armadilhas de ego.
    Digamos que eu ache saudável andar de bicicleta, mas critico as pessoas que andam de carro porque não compartilham da mesma opinião que a minha. Isso é uma armadilha de ego, e é o que eu mais tenho lutado contra. E posso te afirmar, todo aquela raiva que estava guardada e até um pouco do descontentamento com o mundo foi sumindo.
    Acho que todos possuem a realidade espiritual em que acreditam ou que mais o atrai, por isso respeito a escolha religiosa de qualquer pessoa.
    Certa vez, quando era criança, um grupo de evangélicos passou lá em casa fazendo convites e explicando algumas coisas. Aqui na cidade o povo tem o costume de tocar todo mundo embora e dizer que não ta interessado. Bem, eu tinha uma dúvida.
    Perguntei o seguinte:
    "Se apenas as pessoas que creem em Deus vão para o paraíso, então quer dizer que todos os chineses vão para o inferno? Mesmo que façam boas ações a vida inteira e apenas por desconhecerem a existência do cristianismo eles terão esse fim?"
    A resposta inicialmente foi "sim", mas em seguida ficaram um pouco em dúvida, e disseram que iriam pesquisar. É claro que não voltaram.
    Cada pessoa tem uma crença, ou uma realidade espiritual diferente, por isso respeito a todos ou pelo menos tento me vigiar a respeito disso.
    Um dia, quando me aprofundar mais em meus estudos pretendo criar um kindred na minha cidade, pois pelo que vi em SC não tem nenhum ainda.
    Conheço pessoas que já ouviram falar em Asatru, mas são daqueles Ateus Militantes, ou que vivem criticando outras religiões. Ou outros exemplos são os que escutam folk Metal e acham que ser nórdico é só encher a cara o tempo todo.
    Para mim o Asatrú pe algo sério, é uma conexão com as divindades e uma forma de levar a vida segundo o ensinamento dos Deuses e não uma brincadeira ou apenas algo para ter o status de viking do mal no facebook, ou, como diz o título desse post, se pagar de pagão.

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