Sobre nossos Deuses e Deusas

27 de junho de 2013


Pagãos tendem a ter visões diferentes sobre nossos Deuses e Deusas. Alguns os vêem como seres bem literais. Alguns os vêem como manifestações ou personificações de forças da natureza. Alguns os vêem como arquétipos psicológicos ou espirituais enterrados bem no interior, e que brota em todos os nossos. Alguns os vêem como todas ou nenhuma dessas coisas. Para mim, os Deuses e Deusas estão além do entendimento, sendo difíceis de categorizar ou até mesmo definir. Eu acredito que as histórias que lemos nos Textos de nossos Deuses e Deusas representam o entendimento humano de nossos ancestrais. Eu acredito que essas histórias são reveladoras, esclarecedoras e até entretém. Mas, eu não vejo os Deuses e Deusas como limitados ou restritos à essas histórias de forma alguma. Quando se trata de praticas pessoas, seu entendimento pessoal dos Deuses e Deusas é o que importa.

Por essa razão, uma das primeiras coisas que você precisa é aprender sobre nossos Deuses e Deusas. Leia o máximo que puder. Leia a Edda Poética e a Edda em Prosa. Leia Saxo Grammaticus. Leia H.R. Ellis Davidson e outros autores com fontes secundárias. Você vai descobrir que a maior parte da informação está incompleta. Vai descobrir, também, muitas contradições nesses materiais. Não deixe isso te frustrar. O que você está lendo são os muitos entendimentos humanos dos Deuses. Você não está lendo escrituras. Você não está nem lendo as supostas "palavras literais" de nossos Deuses e Deusas. Você não está lendo material moderno criado por uma igreja para apresentar a "versão oficial da igreja" ou entendimento dogmático das escrituras. Você está lendo o que vários poetas e autores acreditavam sobre nossos Deuses e Deusas. Claro que esse entendimento é imperfeito. Claro que eles se contradizem e discordam um do outro. Se você olhar pelo lado certo, é completamente natural que haja diversidade entre o entendimento humano sobre nossos Deuses e Deusas.

Com o tempo, conforme você honra nossos Deuses e Deusas, seu entendimento sobre eles vai crescer. Com o tempo, você vai preencher as lacunas conforme seu próprio crescimento espiritual vai crescendo. Com o tempo, você vai resolver algumas das contradições por conta própria. Paganismo não é apenas sobre dever de casa. É uma vivência. Nós não estamos simplesmente "fazendo de conta" ou "atuando" alguns ritos antigos e entendimentos sobre nossos Deuses e Deusas. Através de nossas honrarias, dádivas e interação com os Deuses e Deusas, nós aprendemos mais. Nós aprendemos do mesmo modo que nossos ancestrais aprenderam o que aprenderam sobre nossos Deuses e Deusas. Essa ideia de que nosso costume pode ter novos entendimentos, ou que nós podemos evoluir nossa compreensão sobre nossos Deuses e Deusas deixa muitos Pagãos bem desconfortáveis. Só de pensar em pagãos modernos construindo sobre o que nossos ancestrais sabiam é, muitas vezes, ridicularizado como "inventando coisa". Esse tipo de abordagem congelada no tempo ameaça nossos costumes como uma religião morta que estamos simplesmente encenando. Talvez, para aqueles que possuam esse ponto de vista, isso seja verdade. Mas, para aqueles que estão reconstruindo nossos costumes como uma religião viva e global... Isso não é encenação de uma religião morta. Isso é nossa vida. Como descendentes de nossos ancestrais, nós aprendemos o que eles aprenderam. Nós avançamos através de nossos entendimentos, e construindo pessoalmente o que eles compreenderam.


Traduzido do artigo: "Gods and Goddesses - Personal Practices", por Mark Ludwig Stinson

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